sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A Cidade do Sol

O livro conta a história de duas mulheres afegãs. A primeira, Mariam, que nasceu de um relacionamento fora do casamento entre Jalil, um homem rico, e Nana, uma empregada. Aos quinze anos ela fica orfã e é dada em casamento à um sapateiro de Cabul.
A segunda, Laila, é filha de um professor universitário que como um intelectual pensava de forma diferente do restante do mundo afegão. Ele sempre dizia a ela, “Você pode ser o que você quiser”. Diferente de Mariam, Laila fora instruída, chegou a freqüentar a escola e nutria uma paixão adolescente por Tariq, seu amigo de infância.
Marian já é uma mulher, que carrega muitas marcas da vida, quando conhece Laila. Á essa altura a guerra está a todo vapor no Afeganistão, especialmente em Cabul. Os bombardeios são constantes e todos os dias pessoas são mortas nos combates. E por uma cruel ironia do destino essas mulheres tão direfentes acabam juntas, partilhando da mesma dor e da maesma tristeza. O desenrolar da história apresenta as transgressões pelas quais as mulheres afegãs passam. Violência de todas as espécies. Ela são humilhadas, abusadas sexualmente. Rebaixadas ao pó. É cruel a maneira com que o fundamentalismo afegão enxerga as mulheres.
Khaled Housseini narra a história em 3ª pessoa com maestria. As cenas são contínuas e não há repetição do enredo. Enquanto Marian sofre uma ação, o resultado é visto pelo ponto de vista da Laila. O que dá dinâmica ao texto. As duas personagens sofrem a mesma violência, mas elas enxergam os abuso de forma diferenciada.
O regime talibã é exposto em sua sutil brutalidade. Ver o impacto de um conjunto de normas que transformam a mulher num mero acessório do homem é chocante e revoltante, porém esclarecedor. Não há como não torcer para que ambas possam sair daquela claustrofobia fundamentalista e esperar a cada página que elas alcancem a liberdade.

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